Tudo o que é meu é tudo aquilo que não sei largar

Não escrevo neste blog há já largos meses....Ainda assim, queria partilhar convosco um pensamento que me assaltou hoje no trânsito, enquanto ouvia o "jogo" do Tiago Bettencourt.

Há uma frase da música que reza assim: "tudo o que é meu é tudo aquilo que eu não sei largar".

Pus-me a pensar....não é que é verdade?...

Tudo o que não sabemos largar, tudo o que nos recusamos em deixar ir embora, tudo o que (contra tudo e contra todos), teimamos em não deixar partir porque não queremos viver sem esse tudo.

Ora, tudo isto representa pois aquilo que de maior nos pertence, pese embora esse mesmo tudo possa ser nada, ou mesmo ainda que eu não o saiba largar por, simplesmente, nao conseguir (apesar de o querer ou tentar).

Pertence-nos, na medida em que não o sabemos largar, voluntária, ou involuntariamente. Faço-me entender?

Ainda este fim de semana estive na Lousã e, no meio de um canyoning, encharcado e frio no meio de um rio, a caminho de uma central eléctrica em direcção ao Talasnal ou mesmo deitado num pano tenda à sombra fresca de pinheiros bravos, assaltaram-me pensamentos e recordações de há 10 anos atrás, de quando éramos "Bartos".

E eu não quero largar o ser Barto.

Pois no fundo, sei que esse mesmo estado de existência representa, above all things, que não quero deixar de partilhar convosco, até onde o acaso o permitir, vezes sem conta, ad eternum, que........."ganhámos o raid"!

Pois sei, que tudo o que é meu é tudo o que eu não sei largar.

:)